Hoje é um dia muito triste para o Jornal Folha de Capanema.
Nesta quinta-feira nos despedimos de um grande amigo e colaborador.
Luiz Scherette escrevia as poesias gaudérias de nosso Jornal. Foram 4 anos escrevendo as mais belas prosas e os mais intensos versos da cultura gaúcha. Sempre com seu jeito em particular, Luiz exaltava e abrilhantava o mundo com sua escrita sem igual.
Luiz Scherette que vinha de uma família tradicional de Capanema, cresceu aqui nesta terra e já adulto se mudou para Miracatu em São Paulo. De onde escrevia seus poemas (sempre em máquina de datilografia).
Luiz antes de falecer escreveu o Poema “Chico e Guga” para seus dois filhos.
Hoje nos despedimos fisicamente de Luiz, mas nunca de seu grande trabalho. Luiz sempre estará em nossos corações e lembranças.
Deixamos aqui nossa singela homenagem a este grande amigo que a partir de hoje estará em nossas melhores referencias:
A morte chega cedo
A morte chega cedo,
Pois breve é toda vida
O instante é o arremedo
De uma coisa perdida.
O amor foi começado,
O ideal não acabou,
E quem tenha alcançado
Não sabe o que alcançou.
E tudo isto a morte
Risca por não estar certo
No caderno da sorte
Que Deus deixou aberto.
Fernando Pessoa
Chico e Guga
Meu Chiquinho e Luiz Francisco
O Luiz Francisco Scherette
Proto Geno que promete
Ser útil ao mundo inteiro
Meu caboclinho matreiro
Perfaz-me de tanto orgulho
É o sangue do velho Julio
Nos misteres de engenheiro
O meu Guga o Luiz Gustavo
O Luiz Gustavo Scherette
No oficio que lhe compete
Sem misticismo ou magia
Domando a fisiologia
Para o mal de tantos tédios
Um vaqueano dos remédios
Na busca da terapia
No Sitio Parque das Aguas
Meus filhos foram gerados
Cresceram e foram treinados
Sem se distanciar do eito
Por isso eu bato no peito
Ensinei-os o labor
Agradecer o Criador
Tratar todos com respeito
Eu criei os meus piás
Bem longe da realeza
Peleando contra a pobreza
Andando de contra o vento
Primando o comportamento
Cauteloso e com desvelo
Não era fácil mantê-lo
A provisão do sustento
Eu sou do queixo torcido
Desses maulas topetudo
Com Deus se ajeita tudo
É só falar com o Nazareno
Na conclusão não condeno
Toda sentença é malina
Na vivencia clandestina
Jesus é pra lá de bueno
Acerte as contas com ele
Estabeleça a confiança
Largue mão de traficança
Andar certo é mais barato
E para ser mais exato
Servir sem olhar a quem
Nunca despreze ninguém
Se é chimango ou maragato
Quando o Patrão manda a chuva
Rega o bom e rega o mau
Quando canta o urutau
Esqueça não é mandado
O patrão é preparado
Ninguém pode te ofender
Os teus nunca vão sofrer
Deus conhece o consagrado
Aprendi com o meu pai
Ser útil por lenitivo
Companheiro e pretativo
Para qualquer situação
Agir com o coração
Velho preceito haragano
O meu sangue Castellano
Mesclou ao Luso meu irmão
Não nego meu natural
O meu Julio de Castilhos
Muito obrigado meus filhos
Junta de touros ajoujados
Professores devotados
Aceitem a deuterologia
Minha suprema alegria
Ver os meus filhos formados.
Dezembro de 2019 – Miracatu, São Paulo
Luiz Scherette.